quinta-feira, 5 de abril de 2012

MENISCO


LESÕES MENISCAIS


Os meniscos, temos 02 em cada joelho - um na parte interna (medial) e outro na parte externa (lateral), são estruturas fibrocartilaginosas (possuem aproximadamente 75% de colágeno em sua constituição), ficam situados sobre o planalto da tíbia, recobrindo aproximadamente 2/3 da sua superfície articular.





Entre suas principais funções, destacam-se: 


- Distribuição e absorção de parte da carga (peso) através da articulação, diminuindo assim o “stress” de contato;
- Melhora da conformidade da articulação, facilitando deste modo o  seu movimento e auxiliando na estabilidade da mesma;
- Prevenção do pinçamento de tecidos moles durante o movimento do joelho.





São portanto estruturas importantes e infelizmente bastante sujeitas à lesões. Normalmente, as lesões meniscais estão relacionadas à entorses do joelho ou até mesmo a traumas (menos comuns), sendo mais freqüentes nas práticas esportivas. Por vezes, os meniscos podem apresentar alterações degenerativas (mais comuns na idade adulta e no idoso), o que fragiliza sua estrutura, ficando assim mais susceptível a lesões ocasionadas por entorses mais leves (não relacionados à prática de esportes).

Os sintomas mais comuns são :

- Dor importante no momento do entorse, podendo ser acompanhada de sensação de estalido ou mesmo estalido audível (nas lesões em meniscos com alterações degenerativas, o quadro de dor pode não ser muito intenso no início e sim ir piorando progressivamente);
- Bloqueio da movimentação do joelho (limitação da flexão e/ou extensão);
- Ressalto durante a movimentação do joelho;
- Dor aguda ao agachar-se;
- Edema e derrame articular no joelho podem estar presentes ou não;


O diagnóstico é feito pelo ortopedista através do exame clínico, quando são realizadas testes e manobras específicos. Atualmente, o exame de Ressonância Nuclear Magnética tornou-se bastante útil não só como método auxiliar para diagnóstico como também para nortear o tratamento, uma vez que permite avaliar o tipo e localização da lesão meniscal e a presença de outras lesões associadas (ligamentos, cartilagem,...).


  

 O tratamento é baseado principalmente no tipo e localização da lesão. Pode variar entre conservador, com fisioterapia e uso de analgésicos/antinflamatórios (menos usual e mais utilizado para pacientes idosos com alterações degenerativas e sem sintomas mecânicos) , e o tratamento cirúrgico, realizado por vídeoartroscopia para ressecção da área lesada ou sutura da mesma (mais comum em pacientes que praticam esportes e/ou com lesões agudas, instáveis e com limitação da movimentação da articulação).
A localização da lesão têm sua importância relacionada ao fato do menisco ser uma estrutura com vascularização variável, sendo dividido (conforme o esquema) em 03 zonas:



 ZONA VERMELHA : de localização mais periférica e mais vascularizada, portanto com maior índice de cicatrização;
 ZONA VERMELHA/BRANCA : de localização intermediária e com vascularizaçào variável;
 ZONA BRANCA : localizada no 1/3 central e com vascularização pobre.




Os tipos de lesão, variam quanto à sua estabilidade e são divididos em :
-lesão vertical;
-lesão radial;
-lesão horizontal (com ou sem flap);
-lesão complexa (inclui lesão em alça de balde).

Seguem abaixo vídeos de artroscopias com exemplos de menisco sem lesão, lesão horizontal e lesão complexa:





Por fim, a avaliação do conjunto IDADE + GRAU DE ATIVIDADE + TIPO DE LESÃO + LOCALIZAÇÃO DA LESÃO, determinará o tipo de tratamento a ser realizado.

Abaixo vídeo de reparação (sutura com dardos bioabsorvíveis) de lesão meniscal vertical:







Sâmela Fortuna e Paulo Fortuna
Graduados em Educação Física na Universidade Católica do Salvador
Pós Graduandos em Ergonomia (Sâmela) e Exercício físico aplicado a reabilitação cardíaca e a grupos especiais (Paulo) na Universidade gama Filho

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quarta-feira, 21 de março de 2012

Fascia Plantar X Fascite Plantar...


Fáscia Plantar  

     É o principal ligamento que percorre a planta e segura o arco do pé, como uma fita larga tensionada do calcanhar até os dedos.





Quais as causas dessa dor plantar?



     Existe muitas alterações que podem ocasionar a dor plantar calcaneana. A lesão aguda por um trauma, o impacto repetitivo no esporte ou no trabalho, a atrofia e a diminuição da espessura da gordura plantar, infecções bacterianas e compressões de nervos ao nível do pé e tornozelo. A dor plantar também está relacionada com sobrepeso e obesidade, principalmente se este ganho de peso ocorreu abruptamente.

 O que é Fascite Plantar?

     A fascite plantar é um processo inflamatório doloroso na inserção da fáscia plantar junto ao calcâneo e sua evolução reflete um processo autolimitado, com resolução dos sintomas dentro de um ano em média .
     Esse processo inflamatório ocorre por estresse e microrrupturas na interface entre a fáscia e o osso calcaneano, a chamada êntese. As causas são variadas e algumas foram citadas acima. Nesse local forma-se um constante processo de cicatrização e lesão ao mesmo tempo.



Como é a dor da Fascite Plantar?



     A dor pode ser intensa, pontual como se um prego estivesse cravado ou algo estivesse sendo rasgado. Ela é maior ao levantar da cama pela manhã logo nos primeiros passos, melhorando com o passar do dia. Outras vezes, após permanecer muito tempo sentado, os primeiros passos podem acarretar dor forte.



Como é feito o diagnóstico de Fascite Plantar?


     O diagnóstico de fascite plantar é essencialmente clínico. A história detalhada do paciente, a caracterização da dor e o exame físico do pé nos dão dados suficientes para o diagnóstico de fascite plantar



     Alguns exames de imagem ajudam a excluir outras causas de dor calcaneana:



     O raio-x não revela a fascite plantar, mas pode nos mostrar cistos ou tumores ósseos do calcâneo, também mostra a calcificação do esporão, apesar de não ser ele o culpado pela dor.



     A ultrassonografia é um exame barato e pode mostrar espessamento e aumento de líquido ao redor da fáscia, caracterizando o processo inflamatório.



     A ressonância nuclear magnética é o melhor exame para visualizar a fasciíte plantar, porém não é necessária para o diagnóstico além de ser extremamente cara.



Qual o tratamento para a Fascite Plantar?



     O tratamento da fascite plantar é essencialmente conservador, isto é, sem a necessidade de cirurgia ou métodos invasivos, e depende muito da atitude e perseverança do paciente.



     A medicação antiinflamatória pode ser usada para controlar a dor por curto período, melhorando parcialmente e temporariamente o sintoma por alguns dias.



     Palmilhas moldadas ajudam a sustentar o arco do pé e distribuir melhor a carga, além de diminuir o impacto com o solo da região plantar afetada.



     A fisioterapia é a principal arma para tratar a fasciíte plantar. Ela deve ser realizada com freqüência e persistência. Um bom programa de alongamento da panturrilha e do pé é essencial, além da orientação fundamental ao paciente para realização desses exercícios diários em casa.










     O controle do peso corporal é importante e ajuda a diminuir o stress sobre a fáscia plantar, além de propiciar melhor condição física para realizar os exercícios fisioterápicos.



     Pode ser utilizado uma órtese noturna ao nível da perna e do pé – “Night Splint” – para manter o alongamento da fáscia plantar e da musculatura posterior durante a noite. Essa órtese melhora consideravelmente a dor matinal, a forte dor que ocorre nos primeiros passos da manhã.










     A infiltração é contra-indicada pela ocorrência de lesão mecânica da agulha e lesão química ocasionada pelo uso de corticóide diretamente no tendão da fáscia plantar, podendo ocorrer aumento da degeneração, ruptura e até mesmo infecção.



     O tratamento através da utilização de ondas de choque vem sendo empregado em algumas clínicas. O custo do tratamento é elevado e não há ainda estudos que indicam a sua utilização em casos iniciais de dor plantar. Sua utilização foi aprovada pelo FDA americano somente em casos crônicos, onde a dor persiste após 6 meses a 1 ano de tratamento bem realizado e orientado, e tem uma variação de 50 a 80% de bons resultados.



     A cirurgia para liberação parcial da fáscia plantar (alongamento cirúrgico) cientificamente não traz nenhum benefício. Sua indicação é extremamente rara, somente para casos que não tiveram nenhum grau de alívio da dor após, pelo menos, 1 ano de tratamento conservador continuado e bem realizado.





Sâmela Fortuna e Paulo Fortuna
Graduados em Educação Física na Universidade Católica do Salvador
Pós Graduandos em Ergonomia (Sâmela) e Exercício físico aplicado a reabilitação cardíaca e a grupos especiais (Paulo) na Universidade gama Filho

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